Os anos se passaram. Enfim o ensejado século XXI aportou em nossas casas. Agora nos resta ultrapassar a fase de transição. Da luta entre o velho e o novo, aniquilar a antiga forma de pensar e manter o conservadorismo sob camisa-de-força. Nossa liberdade está em nossas mentes. A discussão começa agora. Bem vindo à Comunidade Chao. e-mail: juniorchao@hotmail.com

quinta-feira, outubro 26, 2006

SONETO Nº 17 - O FINGIR

Finjo q'abomino teu estar
Ao Lado, enquanto permanecer
A órbita cética do olhar
Fingindo, também, um não me ver

Perseguir ou reticenciar
Culminando em toque o meu querer
Co'as teclas, faço tua voz casar
Sustenidos no entardecer

De logo, a calma é sorte infeliz
Que possa, que noite, que derrama
A chuva que revela e só diz:

- Que lama reluzente, que emana
luz, de braços abertos, eu quis
Fingidor que'm verdade te ama.

Junior Chao
25/10/2006

quarta-feira, outubro 18, 2006

Como fluem as letras (parte 1)


Como faziam os poetas da II Geração Romântica, ex vi Álvares de Azevedo, Castro Alves, e o meu preferido Lord Byron, a foto flagra momento de inspiração, lá em casa, com os amigos, escrevendo após umas boas e suculentas taças de Cabernet.

Vinhos, letras, poesias e alma repleta de satisfação. E podemos lembrar Byron:

" 'Tis time this heart should be unmoved, Since others hath it ceased to move:Yet, though I cannot be beloved, Still let me love!My days are in the yellow leaf; The flowers and fruits of love are gone;The worm, the canker, and the grief Are mine alone! "

(On This Day I Complete My Thirth-Sixth - 22 jan 1824 - Byron)

Este é o espírito!

Junior Chao

SERENAR (e há quem diga "depois da queda, o coice")

Então choveu!
Depois da água de lágrimas,
Secaram-me o rosto as tuas mãos.
Fingiu ser dia, posto que era Sol
Que tal brilhar
Incompatíveis me fossem os lábios
Se não fosse os teus,
Se não fossem os meus...

Então pediu para entrar.
Levou sorrateira a mão aoencosto
Do ombro e disse que ia ficar.
O olhar duvidoso contradizia um não;
Dizia aos olhos um sim
Em frenética sensação
De que já lhe havia acontecido
a partida e a chegada de novos ais.

Junior Chao
10/09/06

terça-feira, outubro 17, 2006

Declaração do Amor Infinito

Vou te esperar!
Vou te esperar chegar
Com o velho sorriso,
o abraço amigo
e aquele jeito dengoso de olhar

Vou chegar
E vou de vez!
Trazer-te-ei para os meios meus braços
E te atarei
causando-lhe a segurança almejada
Mesmo cientes e inseguros desta ambição
-Louca ambição!

Revelarei para as estrelas
Que és o ímpar motivo do brilho solar
Que, em meu coraão, o descompasso se faz música
mesmo que, em arritmia, se adune em um nó.

Vou te esperar sentar e me olhar
como antes o fizera;
Vou te esperar porque,
sem saber,
Aprisionara-me em insensata ebulição
que, sem ao menos permitires,
ao mesmo tempo conjurava-me amar.

Sim!
Vou amar-te até a hora em que me negares
Envoltos por pálidas paredes
que segregavam o que era onírico acontecer.

Gritarei que te amo!
E, talvez, sem noção das horas que ultrapassam,
Promoveria fogos de artifício ao luar,
tocarei, então, tua música
depois, nossa música
E enfim, também, a minha

Cantaríamos juntos como aquela vez
Em que senti próxima timidez
De acordares ao lado meu
E fazer do sonho o que a realidade recomendou:
de me acusares de ser teu.

Até que nuvem perversa,
Escura e nua, se encarregue
De, ainda te esperando, trazer de volta
O medo desejado
De fazer tremer as pernas
quando ao cheiro teu.

Assim, em eclipse de Sol em Sol,
fazer o universo brilhar
Por tornar luz incompatível
Co'a escuridão antes costumeira...

Te amo para todo o sempre.

Junior Chao
09/09/06