Soneto V - OUTONO
A folha seca despojada sobre a superfície
Sente a liberdade, enfim, de se livrar do galho
A brisa golpeia insensibilidade: orvalho
E espalha todo o império vil da planície.
Cai a folha, enfim, desidratada, inanição
E, em rebeldia, desata do umbilical
Agora, sem o teor da seiva elaboral,
Pousa, em sono, só com um toque, pelo chão
Livre, porém, vulnerável situação
Feito o homem no deserto vir a ter
Os lábios rachados os são por lição
Àqueles que insistem a umidade temer
O vestido turvo-neblino da estação
Que anuncia o frio: o renegado poder.
Junior Chao
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